As cotações do feijão continuam apresentando variações distintas nas regiões monitoradas pelo Cepea, conforme relatório divulgado em 15 de dezembro de 2025. Enquanto o feijão carioca de melhor qualidade enfrenta maior pressão nos valores, os lotes com notas 8,0 e 8,5 mantêm sustentação graças à demanda elevada por produtos sem defeitos. Essa dinâmica reflete um mercado seletivo, onde a qualidade superior atrai compradores dispostos a pagar mais, mesmo em meio a um cenário de instabilidade geral. No entanto, os produtores lidam com desafios que vão além das flutuações de preço, impactando diretamente a cadeia de suprimentos alimentares no país.
No campo, os baixos preços do feijão combinados com condições climáticas desfavoráveis em algumas regiões têm desestimulado os agricultores a investir no cultivo da primeira safra. Essa situação levou a Conab a revisar para baixo suas estimativas de área plantada e de oferta total, sinalizando uma possível redução na disponibilidade do grão no mercado. Tais ajustes nas projeções destacam as dificuldades enfrentadas pelo setor agrícola, que depende não apenas de fatores econômicos, mas também de variáveis ambientais imprevisíveis. Com isso, o cenário pode influenciar os preços ao consumidor e a segurança alimentar em médio prazo, exigindo atenção de políticas públicas para mitigar esses impactos.
Embora o foco permaneça nas oscilações regionais, especialistas indicam que a sustentação nos lotes de maior qualidade pode oferecer um alívio temporário para alguns produtores, incentivando investimentos em práticas que priorizem a excelência do produto. A revisão da Conab reforça a necessidade de estratégias que equilibrem incentivos econômicos e adaptações climáticas, garantindo a viabilidade da produção de feijão no Brasil.