A capital federal viveu um dia vibrante de celebrações pelo Dia da Consciência Negra, com o festival Consciência Negra 2025 reunindo milhares de pessoas no Museu Nacional da República sob o tema “Raízes que conectam o futuro”. Pela primeira vez realizado, o evento, considerado o maior do país dedicado à data que se tornou feriado nacional no ano passado, ofereceu uma programação gratuita e diversa, incluindo exposições, oficinas, palestras, desfiles, shows de artistas como Alexandre Pires e Ludmilla, além de gastronomia e moda. O secretário de Cultura do DF, Cláudio Abrantes, destacou o protagonismo da população negra, enquanto o cortejo do Boi do Seu Teodoro, liderado por Guará Freire e Tamá Freire, espalhou alegria e reforçou a importância da educação cultural em escolas públicas de Sobradinho. Empreendedoras como Valéria Marques, com seu Tacho de Yabá, e Elivandra Vieira, da Estillo Roots, brilharam ao apresentar produtos que valorizam o empreendedorismo negro, mostrando como mãos pretas moldam a alimentação e a moda brasileira.
No coração do festival, a exposição Vivências, do Projeto Retratos idealizado por Amanda Luz e seu pai Tony Luz, transformou histórias de estudantes de Ceilândia, como Amanda Rodrigues, Gabriela Borges e Gabriel Máximo, em poderosas narrativas de autoestima e crítica social contra o racismo. Jovens como eles compartilharam como o projeto expandiu horizontes e fortaleceu identidades, provando que a periferia cria e ocupa espaços. Famílias, como a de Luiz Gustavo, que levou esposa e filhos para um dia de lazer e conscientização, enfatizaram a necessidade de eventos que promovam o valor negro desde cedo. A abertura oficial pelo Governo do Distrito Federal (GDF) marcou avanços políticos, com a assinatura de atos como a Resolução nº 02, instituindo o Comitê Permanente do Hip Hop do DF – o primeiro no país – e um edital para eleições da sociedade civil, fortalecendo o diálogo democrático e a participação popular.
Para o público jovem, o evento não é só festa, mas um chamado ao futuro: Rosileide da Silva, ansiosa pelo show, lembrou que ainda há muito a evoluir na consciência racial, enquanto iniciativas como essas conectam ancestralidade a inovações, inspirando uma geração a abraçar e transformar sua herança cultural.