Mais uma vez, quem mora no Plano Piloto paga a conta da falta de planejamento do poder público. Justamente em plena época de chuvas, quando a cidade mais precisa de limpeza, manutenção dos bueiros e atenção redobrada, a Administração do Plano Piloto não terá como atender a população como deveria.
A paralisação de mais de 400 caminhões que prestam serviço à Novacap escancara um problema grave: serviços realizados e não pagos. Caminhoneiros estão há meses sem receber e, sem dinheiro sequer para colocar diesel nos veículos, foram obrigados a parar. O impacto é imediato e atinge diretamente a zeladoria urbana.
Na Região Administrativa 1, essa paralisação não é apenas um transtorno, é um risco. A sujeira acumulada, bueiros entupidos e restos de poda e lixo nas ruas contribuem diretamente para os alagamentos que já começam a aparecer com as chuvas. Ou seja, quando a prevenção deveria ser prioridade, o serviço simplesmente não acontece.
Manter a cidade limpa e organizada não é favor, é obrigação. Sem caminhões e sem vans, não há como levar os reeducandos às quadras para executar os serviços básicos de limpeza e manutenção. Quem vive o dia a dia do Plano Piloto sabe que, sem esses veículos, a zeladoria para por completo.
O que se vê é uma sucessão de problemas administrativos, falhas de sistema e promessas de pagamento que não se cumprem, enquanto a população convive com ruas sujas, áreas públicas abandonadas e o medo de novos alagamentos a cada chuva mais forte.
A comunidade está cansada. Cuidar da cidade deveria ser prioridade permanente, principalmente agora, quando a falta de zeladoria deixa de ser apenas incômodo e passa a colocar em risco a segurança e o bem-estar de todos.